Meus estimados amigos sanjorgenses quero, do conforto do meu LAR, saudar a todos os sanjorgenses tanto os que vivem espalhados pelo mundo quer os que têm a viva possibilidade de se sentirem bem e felizes naquele cantinho tão peculiar – Serra do Açor – S. Jorge da Beira. A minha admiração para aqueles que residem noutros pontos de Portugal e que são bons filhos da Terra.
Abraço a todos os meus familiares e amigos em particular.
A felicidade transborda por quaisquer cantos dos meus olhos, hoje, mais verdes do que nunca, é o brilho da volta a casa quatro meses depois. Até parece que o coração canta de alegria. Saibam que já estou de regresso desde o dia 21 de Julho. Como prometi nas rapidinhas aqui estou para lhes contar um pouco do que me aconteceu. Foi com muito sofrimento mas venci o mar das tormentas que me assolou corpo e sentimentos. Foi assim: em meados de Março apanhei uma gastrite enorme, ao mesmo tempo que me dá uma ciática no lado direito e me paralisa a perna. As dores na nuca eram duvidosas. Chamou-se a ambulância. Internam-me paralisada de uma perna. Colocam-me uma coleira na nuca para não mover o pescoço. Isolam-me, e dizem que tinha uma gastrite infecciosa.
No dia seguinte retiram o isolamento dizendo que me encontrava muito desidratada por causa da diarreia que tinha tido durante a semana e que se não baixasse ao hospital essa noite morreria pois estava quase a fazer um enfarte com os valores sanguíneos muitos baixos. Da perna e da nuca fiquei melhor nas duas semanas seguintes, agora dos intestinos eis a questão? Vomitei durante quatros meses e tive que ser alimentada por cateterismo, por veia principal. Exames foram, mais de cem. E o sofrimento nem tem conto, uma experiência a esquecer o mais rapidamente possível... vais ser difícil.
Entretanto, naqueles duros momentos em que pensava que a morte me levaria um dia ou outro, pude contar com o carinho dos meus amigos, unidos em oração, na América Latina. A eles devo tamanha graça para o resto da minha vida.
E que dizer aos meus queridos conterrâneos que nunca se esqueceram de mim?! A esses que me enviaram mil e uma palavras de encorajamento, as vezes a cada semana, envio-lhes o coração agradecido é que: se estou melhor é também graças ao incentivo que cada um deles me trouxe àquele quarto do hospital, e por tudo isso estou de volta a casa.
Ao Sr. Professor Carlos, à Sr. D. Elisa, à incansável filha Mena ao Zé da Abeceira, ao António Bernardino, ao Sérgio Brás, A Rita da ti Preciosa do Adro, e ao Xico uma vez mais: ternamente grata.
O meu adorado marido, o Vilela, todos os dias da semana se “plantava” no quarto do hospital apesar de trabalhar 8 horas por dia e ser bastante mais velho do que eu. O Lelo tem 62 anos, mas tem uma forma fisica como um rapaz de 30, graças a Deus. A minha filhinha com a barriga à boca também me visitava todos os dias, até ao dia em a menina nasceu. Quanto à família Ramos Vilela não há duas como as nossas sempre os vi preocupados, alguns fizeram grandes crises de choro ao ver-me ligada a máquinas, aconteceu com algumas das minhas cunhadas e alguns dos meus adorados sobrinhos.
Posso dizer-lhes que nunca vesti uma bata do hospital, fiz uma revolução do “caramba”, só no momento dos exames me sentia mais doente. Ainda havia ali uma réstia de força para lutar. Então, durante o dia vestia-me normalmente à noite punha o pijama, como se estivesse em casa. As que assumiram as tarefas de lavar e passar a ferro foram as minhas cunhadas, Fernanda e Guiomar Vilela, mulheres de armas. Quanto à manicure e pedicure foi tudo realizado pela filha do meu irmão Tó, pela linda e dinâmica Liliane.
Para rir!!! Um dia o médico chegou ao meu quarto para me examinar o estômago e estava a cabeleireira a pintar-me o cabelo, e ele tinha proibido as tintas por causa dos vómitos. Pedi desculpa, conversamos. O Dr. logo levou para a brincadeira a minha rebeldia.
Não há razão para deixar morrer o asseio e a beleza do corpo pelo facto de estarmos doentes ou ligados a meia dúzias de máquinas.
Agora respondam-me, tenho ou não a maior e a melhor família do mundo?
Sou uma mulher de sorte. E acrescento ainda que tenho aqui e por aí os melhores amigos da TERRA inteira.
Vai o meu sincero agradecimento a todos os meus amigos do grupo Cebola pelas palavras de conforto enviadas até aqui, ou seja: por toda a alegria transmitida! Agradeço os parabéns pelo nascimento da minha netinha.
De mãos dadas, o meu muito OBRIGADA.
Até sempre
Adelaide