Antecedentes:

Um grupo de Jovens dos anos 30 do séc. XX, decidiram galgar a vereda que separava Cebola da Panasqueira, não para entrar à mina, mas sim para apanhar a carreira que os havia de levar a Norte, a outras paragens e destinos. Tinham um objectivo e, dele não se desviaram, comprar instrumentos musicais. A compra foi feita a "olho". Cada um comprou o instrumento que mais gostou:

Sr Alfredo comprou um Soprano

Sr Abrantes comprou um Contralto

Sr Monteiro comprou uma Caixa

Sr Pires comprou uma Trompa

Sr Victorcomprou um Sopraninho

O primeiro passo estava dado. Tinham os instrumentos, como os punham a tocar? Lá experimentaram, mas aquilo não deu em nada...

Contrataram um Mestre para os iniciar na arte do solfejo.

Em 1942, por Alvará do Governo Civil de Castelo Branco, são aprovadas as regras de funcionamento da Banda:

Ter uma Direcção constituída por 5 elementos (Presidente, Vice-Presidente, Tesoureiro, Secretário e Vogal), eleita anualmente.

As eleições serem sempre no mês de Janeiro.

Dos sócios, havia duas qualidades de sócios. Uns pagavam 2$50 por mês e outros uma quota mensal de 10$00. Estes últimos eram em número fixo, dependia da disponibilidade financeira dos sócios.

Estes últimos, constituíam a Comissão, que tinha por função acompanhar a banda nas suas actuações e zelar pela sua disciplina. Para as actuações não ia Comissão no seu conjunto, mas sim o elemento por ela indicado.

 O primeiro regente da banda foi o Sr Serafim, natural da Aldeia das Dez.

Uma particularidade da banda, nos tempos iniciais:

os músicos compravam os instrumentos e tinham direito de uso enquanto estivessem na banda, quando saiam, perdiam todos os direitos sobre os instrumentos

Em 1945 era regente da Filarmónica o Sr. João António Valente.
Uma das, muitas, actividades da Banda Filarmónica era fazer uma arruada todos os 1º de Dezembro. (Restauração da Independência em 1640)
No ano de1945 coube ao Sr Regente da banda explicar o significado da data.
No primeiro dia de Janeiro de 1946, a banda percorreu as ruas tocando o “Ano Novo”.
Neste mesmo ano é reformulado o repertório musical da banda.
É assim que no dia 13 de Janeiro de 1946, quando andavam a percorrer as ruas a “angariar donativos para o seu sustento” a Banda tocou, pela primeira vez, marchas de guerra.
Semelhante música parece que foi de muito agrado do povo.
Neste peditório foram angariados alguns milhares de escudos.
A Banda, continuou, ao longo dos anos a sua actividade e, é assim que e segundo as palavras de "O Mineiro" de Janeiro de1951, uma Boa Filarmónica e trabalho não lhe faltava, "(...) no tempo das festas percorre uma grande parte das povoações circunvizinhas"
(...)

Em 1968, devido ao grande surto migratório, que desde 61 se tinha vindo a verificar resultante, em grande parte dos despedimentos havidos na Mina, a Filarmónica cessou a actividade.

Em 1977, mais precisamente no mês de Setembro, fruto de boa vontade e do gosto que tinham pela Filarmónica um conjunto de antigos músicos, o povo e os nossos emigrantes, espalhados pelas sete partidas do mundo, todos contruibuíram para pôr de pé a Filarmónica. Fruto deste espírito solidário e à acção concertada de todos, que é possível já no ano seguinte

1978, a Filarmónica São Jorgense, contava com 33 elementos e pela primeira vez na história da banda dois (2) dos seus elementos eram mulheres.

Era mestre da Banda o sr Bernardino Pereira dos Santos. Homem incansável no arribar e no manter da Filarmónica. Como incansável foi na formação de novos músicos, no sentido de precaver o futuro e não mais acontecer o que aconteceu em 1968.

Em 1978 (Maio/Junho) existiam 105 sócios a pagarem uma quota mensa de 20$00 e uma Comissão/Direcção (?!) de 70 elementos a pahgarem uma quota mensal de 40$00. Neste tempo os Directores eram os Senhores: Alfredo Pereira, Pedro Ramos Covita e Francisco Narciso Camba.

Convites de Actuação ( Janeiro a Junho de 1978): Proença a Nova (1ª actuação da Banda restaurada em 27 de Março); Vilar do Monte (Macedo de Cavaleiros); Medelim, Lardosa; Malpica do Tejo; Souto da Casa, Lavacilhos, Barco, São Martinho, Sobral de São Miguel; Castanheira da Serra; , Pessegueiro; Vale Grande;Esteiro; Janeiro de Cima; Póvoa da Raposeira, Panasqueira, Cambões, Barroca Grande ( Filarmónica fez a exubição no dia 25 de Abril); Dornelas do Zêzere; Zebreira e Vale de Espinho (Sabugal).

Reactivação de actividade:(1990)

Em 1990, com o regresso de músicos emigrantes, a Banda retomou a actividade.

Em 1992, por escritura de 6 de Janeiro, foi constituída uma Associação, com o nome de Associação Filarmónica Sanjorgense.

 

 

 

Dirigentes Associativos de 1942-2007 (só os Presidentes):

1-Sr António Francisco Batista; 2-Sr Bernardo Gomes Monteiro; 3-Sr José Camba; 4-Sr Francisco Carvalho; 5-Sr Bernardino Pereira dos Santos; 6-Sr Alfredo Alves José; 7-Sr José dos Reis Covita.

Mestres de 1942-2007:

1-Serafim Diniz (n.Aldeia das Dez); 2-João António Valente (n.Erada); 3-Sargento Sousa (n.Paúl); 4-António Gonçalves (n.Castelejo); 5-João Catarro (n.Unhais da Serra); 6-João Leitão (n.Fundão); 7-Bernardino P Santos (n.São Jorge da Beira); 8-João Leitão (n.Fundão) e pela segunda vez; 9-Joaquim Brás Santos (n.São Jorge da Beira); 10-António Catarino (n.Silvares); 11-António Bernardino (n.São Jorge da Beira); 12-José Simões (n. Pampilhosa da Serra)

A Filarmónica Sanjorgense é das poucas, se não a única, bandas credenciadas para actuarem, a nível religioso, em duas Dioceses, a da Guarda e a de Coimbra.

A licença tem que ser renovada todos os anos.