Este assunto, só pode ter justificação e justificável recorrência quando a loja, em vez de fregueses que sustentem a porta aberta, apenas é visitada por moscas ou por efémeras borboletas esvoaçando, e atrevendo-se a opinar incongruentemente de coisas de que não percebem mesmo nada.

De facto, o tema é bem simples: O autor ter-se-á deslocado às serras da beira, ou às serras de todas as terras dos povos que possivelmente lhe foram indicados como os mais rudes ou mais atrasados para escrever que é o que bem sabe fazer. Perguntou aqui, documentou-se ali, viu além, ouviu acolá e o resto não passa do fruto da sua imaginação prodigiosa. Assim, não admira ter criado e inventado personagens de pura ficção e, de cada uma, contar uma triste ou pitoresca estória ou burlesco episódio para encher o seu caderno. Portanto, fique o povo descansado que o José Júnior nunca existiu em Cebola e nunca houve crianças a apedrejar quem quer que fosse pelos simples prazer de fazer mal. Isso, estou certo, nunca aconteceu. Outro tanto não me atrevo a dizer das pessoas que viviam na Panasqueira…e a Panasqueira pertencia à freguesia, e era na Panasqueira que os visitantes de longe se informavam da terra que se via lá adiante. Há livros que falam da nossa terra, das pessoas da nossa terra, baseados apenas em informações recolhidas em Dornelas, Bogas e sobretudo e sempre na Panasqueira. Ora, naquele tempo não havia terra próxima que não sofresse de complexos cebolenses… daí… coitados!

Por outro lado, o autor, pese embora a sua incomensurável liberdade de escritor, não deveria ter o direito de agregar uma estória pejorativa, ainda que ficcionada, a uma terra real, humana e hospitaleira. Se a personagem é fictícia, então que seja também inventado o povo da personagem. Assim não, senhor José. Esperemos que se retracte e que se retracte também a cm da Covilhã, por, no seu site oficial, ter publicado tal ofensa a um povo que tanto se preza enquanto tal.